Abertura de empresas cresce 22,3% em Santa Catarina

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DC

O músico Leonardo Lima, 28 anos, sempre teve o sonho do próprio negócio. Chegou a vender bolos, de modo informal, mas a oportunidade de abrir uma empresa veio no ano passado, com a oferta de uma pastelaria e tapiocaria em Florianópolis. Com o pai, Roberto Carlos Pelissari, comprou o ponto. Em cerca de 40 dias, o comércio começou a funcionar com novo CNPJ. A microempresa alimentou a expectativa de crescimento.

— Sempre tive vontade de empreender, só estava vendo o que era mais viável. A gente está no começo, mas já planeja abrir filial dentro de algum tempo — planeja o empresário Lima, que além do sócio, conta com dois funcionários.

Lima diz que o cenário está propício para novos negócios em Santa Catarina. E os números confirmam: em 2017, a abertura de empresas cresceu 22,3% no Estado, maior incremento desde 2012. Os dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável e da Junta Comercial de SC (Jucesc) apontam 96,5 mil novos cadastros no ano passado, incluindo os microempreendedores individuais (MEIs).

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Para o analista técnico do Sebrae em Santa Catarina Cláudio Ferreira, o incremento pode estar relacionado principalmente à maior confiança na economia, diante da melhoria dos indicadores. Mas acrescenta que a crise também impacta nesse cenário:

— Tem resquício de pessoas que foram demitidas, depois de anos de crise, que veem no empreendedorismo uma alternativa.

O presidente da Juscesc, Julio Cesar Marcellino Jr., além da situação econômica mais favorável, aponta algumas ações que desburocratizaram a abertura de novos negócios no Estado. Ele cita, como exemplo, o programa lançado no final do ano passado que digitalizou parte do processo.

– Antes, para abrir uma empresa, você levava vários dias. Agora leva 40 minutos. É um conjunto de fatores de ordem econômica, administrativo, tributário que tem uma relação direta com esse incremento – acredita Marcellino Jr.

Cai extinção de negócios

Após dois anos de alta, o número de empresas fechadas voltou a cair. Entre 2016 e 2017, 84,6 mil negócios foram extintos em SC. Apesar do número elevado, o resultado representou queda de 7,8%. Além disso, o índice de empresas abertas voltou a ultrapassar o de extintas, o que não ocorria desde 2014.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Carlos Alberto Chiodini, o Estado simplificou o processo de fechamento e tornou a base de dados mais fiel. Já Marcellino Jr. afirma que a facilidade também influencia positivamente:

— Muitos tinham dificuldade em abrir nova empresa, porque não conseguiam baixar a outra. Boa parte das extinções são dos que empreenderam em novos negócios.

Maioria das novas é MEI

Dos 96,5 mil novos negócios no Estado, cerca de 72 mil são MEIs. Os microempreendedores individuais responderam por uma parcela de 74%. Além dos incentivos tributários, essa categoria se torna a alternativa para muitos que desejam sair da informalidade.

— O MEI é a primeira porta de entrada para boas oportunidades de negócio, também é o autoemprego. É uma forma de obter rendimento de forma rápida e contribui para o desenvolvimento econômico do Estado — resume Ferreira.

Para Chiodini, a modalidade “faz parte do DNA do catarinense”, pois as cidades que apresentaram maior aumento estão em diferentes regiões. Entre 2016 e 2017, Palhoça, Chapecó e Lages tiveram os maiores saltos em pedidos de CNPJs.