Canadá oferece 16 oportunidades aos pequenos e médios negócios do País

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DCI

O mercado canadense oferece 16 setores de oportunidades de negócios aos pequenos e médios empresários brasileiros, segundo um mapeamento da Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CCBC).

O documento “Oportunidades canadenses para exportadores brasileiros” será lançado hoje no 1º Encontro Brasil-Canadá de Comércio Exterior. O diretor de relações institucionais CCBC, Paulo Castro Reis, conta que o estudo foi realizado com base em produtos que atendem aos interesses de consumo dos canadenses e que o Brasil já exporta a outros países, mas com pouca ou nenhuma atenção ao Canadá.

“Além disso, identificamos mercadorias com baixa concorrência no mercado internacional, como produtos regionais, com toque de brasilidade, como a tapioca, por exemplo”, diz Castro Reis.

A lista de oportunidades, além da tapioca, inclui peixes, mel, castanhas, gengibre, pimenta, cafés especiais, frutas (figos, abacaxi, abacate, uva, caqui, limão, goiaba, mangas), preparações para sucos, panetone e bolachas, cachaças e vinhos, rações, cosméticos, móveis de madeira e painéis de fibra de madeira, vestuário e calçados e joias e bijuterias.

“Nós observamos que os canadenses têm uma formação multicultural e que isso faz com que eles sejam naturalmente interessados em experimentar sabores diferentes, em consumir produtos exóticos”, comenta Castro Reis.

“Eles estão dispostos a pagar por produtos e experiências diversas, até porque possuem um alto poder aquisitivo, além de terem uma grande preocupação sócio-ambiental”, complementa o diretor, exemplificando que a cidade de Valinhos, no interior do estado de São Paulo, já exporta figo para o Canadá.

A listagem de produtos feita pela CCBC privilegia os pequenos e médios produtores. “Os grandes fabricantes não precisam muito do apoio da Câmara. Nosso objetivo é ampliar a internacionalização de empresas de pequeno e médio porte que têm potencial fazer sucesso no exterior”, diz Castro Reis.

EUA

O representante da Câmara destaca, ainda, que as ações protecionistas do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, forçam o Canadá e o Brasil a saírem da “zona de conforto” e “incrementarem” parcerias que têm potencial elevado de gerar negócios, mas que não estão sendo muito bem aproveitadas.

“O Mercosul está olhando para o Canadá com uma atenção especial. No dia 9 de março, foram abertas, oficialmente, as negociações entre os dois”, lembra Castro Reis.

Alguns dados do livro que será lançado hoje mostram que as importações canadenses de tapioca e substitutos a partir de féculas e flocos cresceram 7,4% em 2016, em relação a 2015, a US$ 3,4 milhões. Entre 2012 e 2016 a média de crescimento foi de 12%. A CCBC identificou apenas 37 importadores relevantes para as estatísticas canadenses.

“Os três maiores importadores representam apenas 23% do total dos produtos trazidos de outros países, com uma média de aproximadamente 8% para cada importador. Além dos importadores destacados, 20% do total é trazido pela somatória de pequenas empresas, o que demonstra que o mercado é bastante pulverizado, e se apresenta como oportunidade a novos entrantes”, destaca o documento, que mostra, ainda, que o mercado de panificação no Canadá chegou a US$ 5,54 bilhões em 2016, com previsão de alcançar US$ 6,5 bilhões em 2021.

Já as compras canadenses de castanhas e nozes totalizaram US$ 144 milhões em 2016, com a castanha de caju apresentando a maior participação (73% do total das importações). As previsões apontam que esse mercado pode atingir US$ 1 bilhão até 2021.

Frutas

Por sua vez, as importações de frutas (figos, abacaxi, abacate, uva, caqui, limão, goiaba, mangas) chegaram a US$ 1 bilhão em 2016, com as uvas frescas representando a maior fatia do mercado, com 42% do total. A previsão é de crescimento de 9% até 2021.

De todas as frutas, o Brasil exportou um total de US$ 8,3 milhões em 2016 para o Canadá e apareceu no top 5 do ranking das vendas de manga para o país norte-americano, com US$ 6,8 milhões, o que representa aproximadamente 8% das importações canadenses do produto, posicionando o país em terceiro lugar, bem atrás do México, que aparece na primeira posição e concentra 54% de participação nas importações canadenses.

Castro Reis lembra que a pauta de comércio entre Brasil e Canadá é formada, basicamente, por commodities agrícolas e minerais, mercadorias que não foram consideradas pelo estudo, já que o objetivo da Câmara é diversificar os negócios a partir das pequenas e média empresas.