Como preparar seus filhos para empregos que ainda não existem

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Época Negócios

As chances de que os robôs irão substituir todos os empregos é pequena, principalmente no médio prazo. Mas é importante que os profissionais de hoje e a próxima geração se preparem para o trabalho do futuro. “Há três grandes oportunidades de emprego que virão no futuro”, diz Avi Goldfarb, coautor do livro Prediction Machines: The Simple Economics of Artificial Intelligence (Máquinas de previsão: a economia simples da inteligência artificial, em tradução livre), à Fast Company.

Segundo ele, as oportunidades se abrirão em três campos: construir a inteligência artificial, dizer às máquinas o que elas precisam fazer e determinar o que fazer com o resultado e, por último, a indústria do entretenimento — celebridades como atores, esportistas, artistas, escritores e outras personalidades.

Um relatório do Gartner, de 2017, afirma que a inteligência artificial vai criar mais empregos do que irá destruir. De acordo com o estudo, áreas como saúde e educação são as que mais irão crescer. Goldfarb pensa diferente: para ele, é no manuseio da inteligência artificial que a maioria dos empregos serão criados. Em sua visão, mesmo os postos de trabalho em saúde e educação irão demandar um entendimento das ferramentas de inteligência artificial.

“A combinação de habilidades mais valiosa será um bom treinamento em ciências da computação, para saber como as máquinas funcionam, com um entendimento de humanidades e ciências sociais”, afirma.

Humanidades
Como uma pessoa pode se preparar para liderar essas máquinas de inteligência artificial no futuro? Pode parecer estranho, mas o ensino de artes e humanas é o melhor antídoto, diz Goldfarb. Ainda que as pessoas precisem de um entendimento básico de ciências da computação, ele defende que estudar artes, filosofia, história, sociologia, psicologia e neurociência pode ser a chave para a preparação para o futuro. Esses estudos ajudam os jovens a ampliar a gama de conhecimentos que podem usar para programar a inteligência artificial.

Especialistas que estudam o futuro do trabalho concordam que a habilidade de dar sentido ao mundo é nosso maior ativo frente à automação. Enquanto a inteligência artificial é boa em tarefas específicas e repetitivas, os humanos são bons em criar soluções criativas. Por isso, fazer com que seu filho pense criativamente irá prepará-lo para o mundo do trabalho no futuro.

Não se especialize
Além de abraçar as humanidades, Amir Orad, CEO do software de análise de dados Sisense, afirma que as crianças devem ter uma formação multidisciplinar. “Nossa educação tradicional vem da era industrial e faz com que você seja muito muito bom em uma coisa”, diz. “Mas eu considero isso muito perigoso para a próxima geração.”

Os pais devem encorajar os filhos a serem bons em mais de uma matéria, para que sejam mais flexíveis. Escolhendo cursos interdisciplinares, as crianças vão desenvolver uma variedade de habilidades e terão conhecimentos sobre mais de uma área, o que as dá capacidade de se adaptar a novos empregos.

Mantenha-se conhecedor da tecnologia
Espere o inesperado. “Há 50 anos, a ideia de que as pessoas trabalhariam com marketing em mídias sociais era inimaginável”, diz Goldfarb. A inteligência artificial e a automação irão mudar o cenário do mercado de trabalho em formas que são impossíveis de antecipar. Por isso, as crianças deveriam estar engajadas em atividades culturais e em tecnologia – seja por meio de uma nova rede social ou aprendendo a editar um vídeo, os pequenos precisam poder brincar com a tecnologia de forma intuitiva.

Como a tecnologia tem ficado cada vez mais barata, mais pessoas têm acesso ao tipo de tecnologia que irá moldar o futuro. No entanto, isso não significa que todas as crianças estarão em pé de igualdade no acesso à tecnologia. “Estamos em direção à maior igualdade de oportunidade, mas isso não significa igualdade de resultados”, diz Goldfarb.