“Não dá mais para empreender só por dinheiro”

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Revista PeGn 

Para Facundo Guerra, fundador do Grupo Vegas, a abertura de um negócio deve ser motivada sempre por um propósito — e não pelo dinheiro. “Parece papo de hippie, mas quem sonha em abrir uma empresa tem de descobrir sua missão”, afirma o multiempreendedor, um dos responsáveis por mudar o mercado de entretenimento na cidade de São Paulo.

Facundo foi uma das estrelas do PEGN Labs – evento promovido por Pequenas Empresas & Grandes Negócios nesta segunda-feira (11/6) que reuniu consultores, chefs, especialistas e empresários, com o objetivo de capacitar os empreendedores. O debate foi mediado por Fernando Luna, diretor editorial da Editora Globo.

Na opinião de Facundo, para os donos de negócios aumentarem as suas chances de sucesso, é preciso ter uma missão e pensar muito além do lucro. “O empresário deve se lançar no mundo dos negócios para resolver um problema. Não pode fazer por dinheiro ou para ser chefe dele mesmo, porque essa ideia é perigosa.”

Fundador de bares, boates, casas de show, cinemas e restaurantes, Facundo também é autor do livro “Empreendedorismo para Subversivos”. Em sua obra, ele procura desmistificar a questão do empreendedorismo “idealista”.

“Eu concordo com a ideia de que o empreendedorismo é a solução, mas devemos tomar cuidado. Não basta vontade e fé. É um equívoco pensar que o caminho é fácil.”

Segundo Guerra, a visão que norteou negócios como o bar Riviera, o Cine Joia e o Mirante Nove de Julho, todos fundados por ele, foi a relação da população com a cidade. “O que é ser paulistano? Responder a essa pergunta é o meu propósito. Não é por acaso que meus negócios vão da avenida Paulista até o bairro da Sé.”

O empreendedor diz que já recusou boas ofertas de negócios em pontos fora dessa região. “Já tomei decisões em que coloquei a minha visão de mundo na frente do dinheiro. Todos os meus negócios exprimem a minha pessoalidade, minha maneira de ver o mundo. Sempre abri empresas para mim e para os meus. Tive sorte, pois outras pessoas também gostaram.”

Ao comentar sobre as tendências do mercado de bares e restaurantes, Guerra disse que o setor está se direcionando para os pequenos e médios negócios. “Estamos voltando para aquela ideia de ‘barriga do dono no balcão’. São negócios com personalidade forte, que retomam o aspecto artesanal, de negócios que têm um rosto.”