Pequenos negócios viram os principais empregadores do país

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Pequenas Empresas e Grandes Negócios

Os pequenos negócios viraram os principais empregadores do país. Os dados mais recentes divulgados pelo IBGE mostram que as empresas que têm de um a cinco funcionários contam com pouco mais da metade dos trabalhadores do Brasil. Isso mostra que investir no setor do mercado pode ser uma das saídas para a economia.

Empresários como a Cristiane Fagundes já estão nesse caminho. Ela foi para São Paulo há cinco anos, trabalhou informalmente até este ano, vendendo artesanato, que aprendeu a fazer na Bahia, onde nasceu. Em julho deste ano, Cristiane virou MEI, microempreendedora individual.  Investiu R$ 9 mil e montou uma loja de decoração.

Gente como a Cristiane está movimentando o país. Em outubro, o faturamento dela foi de R$ 6 mil – 50% maior que o do mês anterior. São os pequenos que reagem primeiro à crise, avalia o professor de economia da Saint Paul, Carlos Honorato.

“Está na pequena empresa porque a pequena empresa é o primeiro local em que você precisa trazer pessoas para o trabalho. A pequena empresa surge, às vezes sem tecnologia, sem condições de investimento e ela precisa de mão de obra, precisa de alguém que ajude a fazer o negócio crescer.”

A saída também passa por educação.  Na crise, os funcionários com pouca qualificação são os que perdem o trabalho primeiro, e os últimos a recuperá-lo e a pequena empresa tem papel fundamental para reverter esse processo. É o que a Cristiane está fazendo agora com a vendedora Thais Alves da Silva: dando treinamento.

“O próprio ambiente de mercado, de negócios, empurra a pressão para se qualificar”, completa Honorato.

A Cristiane e a Thais enxergam base para essa parceria continuar. “Eu quero futuramente fazer curso. Ela me deu uma chance de evoluir com ela, entao é isso que eu quero, crescer com ela”, fala Thais.

“Você tem que mostrar que quer trabalhar. Foi o que falei pra ela. Eu estou querendo crescer, se eu crescer vou conseguir ter você. Para isso pretendo estar contratando mais outra pra me ajudar também e pensar em crescer. Tenho certeza que o melhor virá”, avisa Cristiane.

Um empresário de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, pegou R$ 20 mil da rescisão do antigo emprego e montou uma loja de reparos de smartphones. A empresa está indo tão bem que ele teve que contratar.

O desempenho dos funcionários foi essencial para isso. A estratégia é conquistar mercado pela qualidade e agilidade do serviço. Na loja, o conserto demora, em média, 17 minutos. Mas contratar não é fácil, afirmam os empresários.

É o paradoxo brasileiro: falta mão de obra, mesmo com o alto desemprego. No terceiro trimestre, o índice caiu um pouco, mas ainda estava em 12,4%, o equivalente a 13 milhões de pessoas. “A dificuldade é achar mão de obra qualificada. Então a gente acabou optando contratar pessoas sem a qualificação e nos mesmos qualificarmos elas”, conta o empresário André Reis.

Outra barreira é a burocracia. “Cada órgão quer levar uma fatia do empregado e do empregador. Isso acaba burocratizando e tornando caro as contratações. Um funcionário, um colaborador, chega a custar quase 50% a mais do que ele mesmo ganha”, explica o empresário Fábio Reis.

Apesar das dificuldades, os empresários faturaram R$ 1 milhão no ano passado e planejam abrir outra loja.

“É na pequena empresa que vai haver esse crescimento. Mas é fundamental que o governo, estado crie condições para que as pequenas empresas surjam, hoje montar uma empresa é um negócio desesperador, é muito difícil, e se a gente tiver um pouquinho de facilidade nesse processo de formalização, vai crescer e vai crescer mais do que a média do PIB do Brasil, afirma o professor de economia da Saint Paul, Carlos Honorato.