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PEGN

O trimestre encerrado em agosto, a indústria foi o setor que mais fechou postos de trabalho no país: 1,4 milhão, segundo o IBGE. Em um cenário cada vez mais desafiador, executivos, empreendedores e acadêmicos se reuniram no Seminário da Micro e Pequena Indústria, realizado nesta segunda (24/10) em São Paulo, para discutir como superar esse momento.

“Não estamos aqui para nos lamentar, mas para discutir o futuro, falar de inovação e buscar soluções, apesar das dificuldades”, disse na abertura do evento Paulo Skaf, presidente de FIESP, CIESP, SESI, SENAI e Sebrae-SP.

Partindo dessa premissa, acadêmicos de diversas instituições se reuniram no evento para debater os novos caminhos e as oportunidades que a tecnologia tem apresentado ao setor industrial atualmente.

1. Indústria 4.0
O termo como é utilizado hoje apareceu pela primeira vez na Hannover Fair, em 2011, e foi dito pelo professor Wolfgang Wahlster, diretor e CEO do German Research Center for Artificial Intelligence. Na ocasião, ele dizia que era preciso estar preparado para a 4ª Revolução Industrial que está sendo promovida pela internet. O episódio foi lembrado por Antonio Dantas Cabral, do Instituto Mauá de Tecnologia. “Sistemas virtuais integrados a sistemas físicos, redes e plataformas digitais, abrangência global e cadeias de valor revolucionárias compõem esse novo ambiente”, disse.

Os benefícios de aderir ao novo contexto e a tecnologias como big data e computação em nuvem são vários, segundo Cabral: redução de custos de manutenção de equipamentos, diminuir o consumo de energia e aumentar a eficiência do trabalho em até 25%.

2. Internet das Coisas
Uma das transformações mais pungentes desse novo cenário é a Internet das Coisas (IoT, da sigla em inglês Internet of Things). O conceito abrange a ideia de que, cada vez mais, dispositivos físicos diversos estarão em rede, trocando informações entre si sem a intervenção humana. “A internet das coisas já está presente, estamos no momento de perceber essa mudança”, disse Rodrigo Filev, do Centro Universitário FEI.

Para ele, essa transformação vai atingir a vida das pessoas em diversos níveis e a indústria, inevitavelmente, será alcançada. “Não se trata de um software que será implementado por alguém contratado pela empresa. Se inserir nesse contexto é um processo”, afirmou. Entre os desafios, de acordo com Filev, estão encontrar maneiras de medir a penetração da IoT nos processos e investir em pessoas capacitadas para lidar com ela. “O mais importante é inserir as pessoas nos processos, elas devem fazer trabalhos mais nobres do que alimentar sistemas com dados”.

3. Economia colaborativa
Diante de tantas e cada vez mais rápidas mudanças, se faz necessário um ambiente de cooperação entre os diferentes atores do mercado. Wellington Cruz usou o exemplo do mutualismo, vindo da biologia, para defender que a colaboração entre grandes empresas e startups, por exemplo, pode criar inovação e competitividade dentro dos negócios. “O futuro sustentável de qualquer indivíduo ou organização depende de colaboração e do engajamento”, disse.

“Talvez na sua empresa você não tenha todos os recursos humanos ou materiais”, disse Marcelo Gozeloto, do Senai-SP. “A questão é que esses recursos já existem, basta fazer as conexões, saber como elas se realizam. Isso fortalece a competitividade da nossa empresa.”

Coordenador de Desenvolvimento e Inovação da Universidade Mackenzie, Maurício Benedetti, concorda com a visão: “mais do que mudar o modelo de negócio, é preciso mudar o modelo mental, estar mais aberto à colaboração e buscar conhecimento de fontes externas à própria empresa. Não dá para querer ter dentro do seu departamento todo o conhecimento necessário, saber tudo, hoje, é absolutamente impossível.”